BANALIZAÇÃO DA SOCIEDADE MODERNA
Abaixo entrevista do jornalista Fábio
Bandeira, onde fala da banalização da sociedade, que está trocando a
convivência humana pela convivência com as máquinas (aplicativos).
Hoje é muito mais fácil voce sair e ver um
casal trocando mensagens do que conversar.
Como disse anteriormente a tecnologia em
excesso esta criando UMA SOCIEDADE QUE NÃO SABE PENSAR E SÓ SABE
CONSUMIR, resumindo UMA SOCIEDADE DE MERDA!!!!
Cancelei a minha
conta no WhatsApp
Quando uma ferramenta criada para ajudar na comunicação começa a tomar o
rumo absolutamente contrário, chega a hora de abandonar o barco
Resolvi. Cancelei minha conta no
WhatsApp. Eu demorei até certo tempo, comparado ao meu ciclo de convívio, para
iniciar no aplicativo. Houve um encantamento imediato sobre a facilidade de
trocar mensagens, vídeos, imagens, mas o efeito “nefasto” que o app provoca nas
pessoas me fez abandonar a ideia de tê-lo.
A palavra “nefasto” pode até soar pesado para alguns, mas, de fato, é
assim que passei a enxergar a questão. Ir a um barzinho, estar em uma
confraternização/aniversário, encontrar os amigos. É quase uma regra
(principalmente se você tem entre 12 a 30 anos), sempre terão aqueles que não
desgrudam os olhos da tela do celular e entram em seu mundo paralelo digital,
geralmente no WhatsApp ou Facebook.
As pessoas ao redor desses “ultra
conectados” parecem meras peças de um cenário paralisado que só acontece a real
interação em três momentos: Na chegada ao local (é preciso cumprimentar as
pessoas); no momento da foto (é claro, a foto vai para as redes sociais para
mostrar como a pessoa se diverte com o restante do grupo); e na hora de ir
embora (ainda dizendo como foi bom o reencontro).
O problema é que esse número de pessoas alienadas está se multiplicando.
Chega ao ponto que não existe um diálogo, fica cada um imerso em sua mini tela.
Isso, quando a conversa entre as pessoas não é: “Você viu aquele vídeo no
WhatsApp? Você tem que ver... muito engraçado. Estou enviando para o seu”. Sim,
essa é apenas uma situação ruim do aplicativo, mas não irei me alongar nas outras.
A questão é que vivemos em plena era de ouro da comunicação, onde todos
têm possibilidades infinitas para interagir, mas talvez, seja o momento mais
crítico da história da comunicação. Há falta de diálogo, convívio,
interação com quem está próximo de nós. Até ligar já está virando “artigo
de luxo”. Exagero? As operadoras de telefone estão acompanhando essa tendência
de comportamento e invertendo seu marketing... Não se oferece mais tantos
planos para ligar, a questão, agora, são os planos com internet ilimitada,
internet a R$ 0,25, entre outros.
Acho que o sempre otimista filósofo Pierre Levy, quando descreveu o
conceito de Inteligência Coletiva, não imagina que o WhatsApp poderia ter sido
inventado. Ou até imaginava, mas não sabia que as pessoas iam preferir ficar
ali – no aplicativo -, em vez do convívio social.
As falas de um de seus maiores
opositores, o polêmico filósofo e sociólogo francês Jean Baudrillard (já
falecido), feroz crítico da sociedade de consumo, nunca fizeram tanto sentido.
Principalmente na questão de quando se transfere suas características para as
novas máquinas, o homem está abrindo mão de si mesmo.
Na revista
Administradores
Na edição novembro/dezembro da
revista Administradores resolvemos questionar sobre o WhatsApp em nossa
editoria contraponto. Colocamos dois especialistas para defenderem sua tese e
apontar as vantagens e desvantagens do aplicativo.
Confesso que minha opinião foi
alterada ao longo do tempo. Antes favorável à facilidade de comunicação que o
WhatsApp poderia gerar, coloco-me hoje a favor da comunicação real, do tête-à-tête,
sem as barreiras das mini telas. Apesar de não me encaixar no perfil alienado
(como aquele citado acima), estar no aplicativo me colocava no status de
condescendente com algo que sou contra. Isso estava incomodando.
Que tal refletir
Acho que essa questão de como lidamos com a internet e com o ato de
estar conectado 24h cabe uma reflexão individual. Você: como lida com essa
conexão com redes sociais e aplicativos no celular?
Talvez não esteja no momento de avaliar e refletir sobre o tempo que se
"dedica" a eles?
Acho que a reflexão vale, principalmente, para aqueles que se encaixam
no perfil de sentir necessidade de ver a timeline constantemente, que trocam a
leitura de um livro para ver vídeos e besteiras na internet ou até mesmo não
que conseguem realizar algumas atividades e tarefas de sua rotina por falta de
concentração que as redes sociais e aplicativos com o WhatsApp geram.
Não sou contra redes sociais e apps, pelo contrário, acho que são fontes
de interação, entretenimento e até de negócios muito válidas. No entanto,
percebo certa alienação que essa conexão provoca em muitos. Não quero causar
uma revolução nesse aspecto, apenas proponho que se busque encontrar formas de
equilibrar essa balança do real com o virtual.
Enquanto isso não acontece, acho
melhor deixar minha conta do WhatsApp cancelada.
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