Galileu
questiona o preço da felicidade
Pesquisas mostram que é muito mais fácil ser feliz do que a maioria pensa e que a felicidade em pequenas doses funciona melhor do que grandes alegrias.
A revista Galileu traz informações de pesquisas sobre felicidade realizadas por algumas das mais renomadas instituições mundiais como Universidade de Harvard e Cornell, nos Estados Unidos, Liège, na Bélgica, e British Columbia, no Canadá.
A conclusão é que dinheiro pode sim trazer certa felicidade, mas não tanto quanto se pensa. Dependendo da forma com que for gasto, o dinheiro pode, inclusive, diminuir a capacidade das pessoas de aproveitar coisas simples da vida. Outra descoberta que muda o mito de que a vida ideal deve ser cheia de grandes momentos especiais é que felicidade em pequenas doses funciona melhor do que grandes alegrias.
“A busca da felicidade é um anseio de todo o ser humano. Com a vida moderna, as pessoas passaram apenas a valorizar os grandes momentos de felicidade, deixando de lado os prazeres simples do dia-a-dia. Esta matéria especial foi pensada para quebrar este mito e fazer as pessoas refletirem sobre o que realmente nos dá prazer”, afirma Ricardo Moreno, diretor de redação da revista.
Em um estudo clássico, realizado na década de 70, pesquisadores das universidade de Massachusetts e de Northwestern, nos Estados Unidos, compararam o nível de felicidade de um grupo que tinha ganhado na loteria com outro, que havia ficado paraplégico. Ainda que, logo depois do ocorrido, as pessoas do primeiro time tenham se sentido muito felizes e as do segundo estivessem no extremo oposto dessa sensação, após o período de um ano o nível de felicidade dos dois grupos era praticamente o mesmo. O resultado surpreende, mas continua se provando verdadeiro em casos como o da atriz paulista Denise Ferreira, 27 anos. Aos 18 ela ficou paraplégica ao sofrer um acidente de carro. "Não conseguia dormir, chorava muito, tinha vergonha que as pessoas me olhassem. Durou uns três meses", diz. As estatísticas apontam que, após esse curto período de tempo, um trauma já não causa tanto impacto sobre a felicidade do indivíduo. Com a reabilitação, Denise conseguiu recuperar alguns movimentos da parte superior do corpo. Hoje, trabalha com o que gosta, tem planos de casar e garante se sentir feliz e realizada.
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MENOS DINHEIRO
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Crédito: Victor Affaro
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O administrador público Henrique Bussacos, 30 anos, abriu
mão de ganhar muito dinheiro. Ele tinha uma carreira promissora no mercado
financeiro e um salário de R$ 12 mil aos 27 anos. Até que um colega teve um
ataque epilético no trabalho e poucos pararam para ajudar. "A
preocupação pelo lucro era tamanha que se sobrepôs ao instinto humano",
diz. Pensar em dinheiro mina os pequenos prazeres da vida, dizem as
pesquisas. Henrique largou tudo e abriu um café que ajuda a colocar produtos
de comunidades de baixa renda no mercado. "Ganho metade do que recebia
no banco, mas faço algo que é bom para todos."
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